Visto para nômades digitais na Itália: requisitos e como solicitar

Com qualidade de vida, segurança e gastronomia excepcional, a Itália pode ser uma ótima opção para quem trabalha remotamente e quer viver no exterior. Mas, você sabe como solicitar o visto para nômades digitais na Itália e quais são os requisitos?

Para te ajudar, nós preparamos um guia completo com todas as informações sobre essa modalidade de visto para a Itália. Descubra como ele funciona, como solicitá-lo e quais os documentos necessários.

Existe visto para nômades digitais na Itália?

Sim, ele existe! 

O visto para nômades digitais na Itália foi criado em 2022. Com a aprovação da lei n. 25 de 28 março, os “nômades digitais e trabalhadores remotos não pertencentes à União Europeia” foram incluídos entre os casos de “entrada para trabalho em casos particulares”.

Para os trabalhadores remotos estrangeiros, a principal vantagem do visto para nômades digitais é a facilidade de evitar a burocracia com o visto de trabalho na Itália.

Vale ressaltar que, antes dessa autorização, a solicitação do visto de trabalho era particularmente difícil para os nômades digitais, uma vez que muitos trabalhavam de forma autônoma e não possuíam contrato de trabalho.

O visto para nômades digitais já está em vigor?

Sim, ele está em vigor desde abril de 2024. 

Como mencionamos, o visto para nômades digitais foi criado em 2022. Mas, vale ressaltar que ele ainda não poderia ser solicitado, pois dependia de uma aprovação por parte de quatro ministérios italianos, concedida em abril de 2024.

Dessa maneira, com a aprovação do decreto ministerial de abril de 2024, o visto para nômades digitais está oficialmente em vigor e pode ser solicitado a qualquer momento. Todos os consulados italianos no exterior já podem aceitar pedidos deste tipo de visto, incluindo aqueles no Brasil.

Quem pode solicitar o visto para nômades digitais na Itália?

Segundo as informações oficiais publicadas pelo governo italiano, são considerados “nômades digitais” todos os:

“Cidadãos de estados não pertencentes à União Europeia que exerçam uma atividade de trabalho altamente qualificada através da utilização de ferramentas tecnológicas que lhe permitam trabalhar remotamente”.

Dessa maneira, os cidadãos que não possuem cidadania de países da União Europeia e que trabalham no formato smartwork, ou seja, de forma remota, podem solicitar o visto.

O trabalho remoto em questão pode ser realizado de forma autônoma ou para uma empresa, desde que ela não seja italiana.

Requisitos para pedir o visto de nômades digitais para Itália

Além da obrigatoriedade de ser um estrangeiro que trabalhe remotamente em uma empresa não italiana, existem outros requisitos de formação e exigências financeiras para solicitar o visto para nômades digitais na Itália.

É fundamental que você compreenda quais são eles para não ter problemas com a burocracia italiana. Vamos conhecê-los a seguir.

1. Comprovar qualificação

Para solicitar o visto, os nômades digitais deverão comprovar que são “altamente qualificados”. Não existe uma única forma de atender a esse requisito: a qualificação pode ser comprovada por meio de experiência profissional, diploma universitário ou licença profissional.

Vale ressaltar que o diploma universitário em questão deve comprovar a realização de um curso de ao menos três anos, que é a duração de uma graduação na Itália.

2. Comprovar meios financeiros

Os estrangeiros também deverão atender aos requisitos financeiros impostos pelo governo italiano. É preciso comprovar renda anual mínima de 28 mil euros, o equivalente a R$ 162,2 mil ou cerca de R$ 13.500 por mês (cotação de junho de 2024).

A comprovação de renda pode ser feita por meio da união de mais de uma fonte de renda, incluindo salário, aluguel e royalties, desde que comprovada por meio de documentação oficial.

Além disso, os nômades digitais precisarão possuir um seguro saúde válido por toda a estadia no país. O valor do seguro é variável, pois é possível optar por um plano privado ou por pagar a taxa do sistema de saúde da Itália (Servizio Sanitario Nazionale), que é cerca de 2.000€ em 2024.

No caso dos brasileiros, também é possível atender a esse requisito por meio da apresentação do IB2 CDAM, um formulário que pode ser obtido de forma gratuita por todos que contribuem com o INSS.

Considere também os gastos com moradia pelo período de estadia na Itália, pois é preciso apresentar comprovante de moradia no momento do pedido do visto.

3. Ter experiência prévia no meio digital

Os requerentes deverão comprovar experiência prévia de ao menos seis meses com trabalho digital na área de atuação pretendida.

Os nômades digitais sem diploma universitário precisarão apresentar comprovante de ao menos cinco anos de experiência profissional.

Como solicitar o visto para nômades digitais na Itália?

O primeiro passo para solicitar o visto para nômades digitais na Itália é agendar uma data para comparecer ao Consulado italiano responsável pela jurisdição consular (território de residência no Brasil) e apresentar os documentos necessários.

O agendamento deve ser feito de forma online através do site Prenot@mi, a plataforma de serviços consulares do governo italiano. Basta se cadastrar no site e escolher um dos dias disponíveis.

Ficou curioso e quer saber mais sobre o visto para nômades digitais na Itália? Confira o vídeo produzido pelo Vini Portieri sobre esse documento.

Se você tiver dúvidas sobre o processo, sempre vale a pena contar com o auxílio de um especialista, assim você ganha tempo e economiza dinheiro.

Documentos necessários

Os documentos obrigatórios para a solicitação do visto deverão ser apresentados ao Consulado italiano, no dia agendado. Veja quais são eles:

• Passaporte com validade superior a três meses além da estadia pretendida;
• Foto (formato italiano segundo as normativas ICAO);
• Formulário de solicitação de visto de nômade digital preenchido;
• Comprovante de renda anual de ao menos 28 mil euros;
• Comprovante de experiência profissional;
• Contrato de trabalho remoto;
• Comprovante de acomodação na Itália;
• Declaração de antecedentes criminais;
• Seguro saúde.

Quanto custa o visto para nômades digitais?

O requerente precisará pagar uma taxa de 116€ para solicitar o visto para nômades digitais na Itália. O valor deverá ser pago no Consulado italiano no dia agendado para comparecimento.

Quanto tempo demora?

O visto deverá ser emitido pelo Consulado, em média, de um a três meses após o pedido.

Vale ressaltar que esse prazo é subjetivo, pois como o visto para nômades digitais ainda é recente e envolve a avaliação de uma série de requisitos, o tempo de espera poderá ser maior.

Qual a validade do visto?

O visto para nômades digitais na Itália possui validade de um ano e poderá ser renovado após esse período. Além disso, a família do requerente também poderá solicitar a autorização.

O que fazer quando chegar à Itália com visto de nômade digital?

Ao chegar na Itália, você terá um prazo de oito dias para solicitar o permesso di soggiorno, a autorização de residência no país. É obrigatório solicitar o permesso e o pedido poderá ser encaminhado na Questura ou em uma agência dos Correios (Poste Italiane).

Os documentos necessários para o requerimento do Permesso di soggiorno são os seguintes:

• Cópia do passaporte válido;
• 4 fotos 3,5×4,5cm;
• Cópia do contrato de trabalho;
• Cópia do seguro saúde;
• Comprovante de residência na Itália;
• Marca da bollo (selo fiscal) de 16€;
• Pagamento da taxa de 50€.

Além disso, você também deverá preencher os documentos contidos no kit a banda gialla, que pode ser retirado na Questura ou na Poste.

Não confunda o visto com o permesso, pois um documento não substitui o outro. O permesso di soggiorno, na verdade, depende da aprovação do visto, uma vez que, somente com o visto é que você poderá solicitar o permesso. 

Vantagens do visto para nômades digitais na Itália

O visto para nômades digitais na Itália permite que o trabalhador remoto evite uma série de processos burocráticos envolvidos na solicitação do visto de trabalho convencional, que depende de um contrato de trabalho no país.

De fato, o visto foi criado como uma tentativa do governo italiano de simplificar os trâmites burocráticos e atrair profissionais estrangeiros qualificados para beneficiar a economia da Itália.

Podemos dizer que, ao lado do projeto de venda de Casas por 1 euro, o visto para nômades digitais na Itália está relacionado ao repovoamento de muitas das cidades pequenas na Itália, que estão sendo praticamente abandonadas.

Algumas dessas cidadezinhas, conhecidas como borghi, já possuem programas que visam atrair smartworkers há muito tempo, como é o caso das cidades de Rieti, Castropignano e Santa Fiora.

A proposta é que o smartworker viva e trabalhe na “smart village” com diversos incentivos, principalmente em relação aos aluguéis, e contribua com a economia e o povoamento da cidade.

Além disso, a criação do visto também pode ser entendida como uma das ferramentas de adaptação da Itália ao smartwork, que se tornou urgente nos últimos anos.

Principalmente após a pandemia de coronavírus, a procura por visto de trabalho para nômades digitais na Europa aumentou muito e, assim, diversos países passaram a criar legislações para facilitar a entrada nesses trabalhadores na União Europeia, incluíndo a Itália.

Incentivos fiscais

Além dos bônus para aluguel e outras despesas que mencionamos, outros incentivos fiscais serão oferecidos pelo governo italiano para os estrangeiros que solicitarem o visto.

Para os nômades digitais é prevista, por exemplo, a redução de 50% nos impostos pagos na Itália sobre os rendimentos do trabalho remoto por um período de cinco anos de residência no país.

Vale a pena pedir o visto para nômades digitais na Itália?

Sim. Se você trabalha remotamente e tem interesse em morar na Itália, então o visto para nômades digitais vale muito a pena.

O país pode oferecer diversas vantagens para os nômades digitais, como a possibilidade de deslocamento e de passeios por diversas cidades. Através da excelente rede de transporte público na Itália e, sem a necessidade de possuir um escritório fixo, existe a possibilidade de visitar cidades italianas enquanto exerce a própria profissão.

Além disso, o visto para nômades digitais é uma vantagem para quem pretende morar em uma das cidades mais baratas da Itália. Essas cidades não oferecem tantas oportunidades de emprego e de estudos e, justamente por isso, sofrem com intensos processos de despovoamento.

Mas, como o nômade digital trabalha remotamente e não tem esse problema, ele pode se beneficiar com custo de vida baixo dessas cidadezinhas, bem como a qualidade de vida e a segurança oferecida pelas mesmas.

De qualquer forma, a criação do visto mostra que o país está cada vez mais preparado para se adaptar à crescente digitalização do trabalho e facilitar a entrada de nômades digitais. E você, vai aproveitar essa oportunidade?

Se ainda está inseguro sobre a mudança para o exterior, confira o ebook “O sonho de viver na Europa”, que reúne diversos relatos de brasileiros que atravessaram o Atlântico em busca de uma nova vida. Tenho certeza que vai te inspirar ainda mais!