A melhor época do ano voltou: o verão na Itália! É bom poder ir à praia ou a um lago, mas há algumas diferenças nos biquínis, no verão na Itália e na cultura de pressão com o corpo que me fazem refletir.

Diferenças dos biquinis e verão na Itália e no Brasil
Índice Moda verão na Itália, uma missão quase impossível Tamanho 40? Você não está em “forma” na visão italiana A prova do biquíni: o terror da propaganda italiana Além das diferenças nos biquínis na Itália, há diferenças no verão Como aproveitar o verão italiano, então?

Após meses de roupa de frio, chegou a hora também de renovar o guarda-roupa, comprar um biquíni ou maiô novo, um vestido. E por que não, aproveitar os saldos de verão, tão comuns na Itália e na Europa?

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Moda verão na Itália, uma missão quase impossível

Nada contra a moda europeia, mas as opções, modelos e cores que as marcas brasileiras oferecem não tem comparação. Mas principalmente quando o assunto é moda praia, as diferenças nos biquínis na Itália com relação ao Brasil é gritante.

Até em relação ao caimento, me dá a impressão de que nossos biquínis realçam as formas do corpo. E são mais democráticos com relação ao tamanho também.

Tarefa matemática: comprar sutiã e biquíni na Itália

Lembro-me da primeira vez que fui comprar um biquíni na Itália. Entrei na loja confiante, mas saí de lá completamente confusa.

A vendedora me explicou sobre os diferentes tamanhos de taça e números, e eu me senti o próprio meme da Nazaré Tedesco, tentando decifrar uma equação complexa. Depois de muita tentativa e erro, encontrei o modelo perfeito e até aprendi a apreciar essa abordagem meticulosa.

Tamanho alfa-numérico: uma das diferenças nos biquínis na Itália

Isso porque não basta só saber o tamanho, ou seja, o número. Você precisa saber também a dimensão da taça do sutiã, ou seja, a letra. Sim, precisa fazer contas para poder comprar uma simples lingerie!

Por exemplo, se você normalmente usa M, pode ser que seu tamanho seja 2 ou 3, dependendo do modelo, da largura das costas, da circunferência dos seios, etc. Daí passamos para a taça: A, B, C, D, E e F. A taça vai aumentando conforme a progressão das vogais.

Mãe e filha escolhendo um biquini para comprar
A parte de cima do biquini é a que tem mais diferenças em relação ao Brasil.

E aí você pode combinar número e letra para encontrar a peça que mais se adequa: 2A ou 3C, e assim por diante.

A mesma lógica também vale para o biquíni, principalmente se você estiver buscando por um modelo com o ferrinho no suporte da taça e está aí mais uma das diferenças nos biquínis na Itália em relação ao Brasil.

Peçam ajuda!

Para as brasileiras na Itália, minha dica é: não se desesperem na hora de comprar biquínis e lingeries. Busquem lojas que ofereçam atendimento personalizado e não tenham medo de experimentar diferentes modelos e tamanhos.

E, mais importante, lembrem-se de que o corpo perfeito é aquele em que você se sente bem.

E a parte de baixo dos biquínis na Itália?

Por sorte, escolher a parte de baixo é mais simples: XS, S, M, L, XL, e assim por diante. Claro, o que mudam são os nomes dos modelos.

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Pois bem, um dos modelos de biquíni que por aqui mais chama a atenção (pelo menos a nossa, brasileiras) é o chamado bikini brasiliano. Se chama assim porque é um modelo menor, algo parecido com o nosso biquíni cavado (ou asa-delta).

Slip brasiliana

Reza a lenda que esse tipo de biquíni foi inventado no Brasil, sendo usado pela primeira vez no Rio de Janeiro, nos anos 1970, e sendo introduzido de consequência na Itália. Daí o nome! Mas, no fundo, fica o questionamento: não é um pouco objetificação, hein, Itália?

Confira também se o imigrante brasileiro é bem recebido na Itália.

Tamanho 40? Você não está em “forma” na visão italiana

No geral, e por diferenças de tamanho, os tamanhos das roupas são menores. E usar uma calça 40, por exemplo, é o fim do mundo para muita italiana. Isso porque o culto à magreza e ao corpo sem forma é muito comum no país.

A prova do biquíni: o terror da propaganda italiana

O que mais me choca na Itália, quando chega o verão, é a obsessão que muitos italianos tem pela magreza. Já no final do inverno na Itália, é comum ouvir sobre a prova costume, ou seja, a “prova do biquíni”.

Está em todo lugar, nos jornais, nos memes da internet, na boca das pessoas, nas frases“motivacionais” dos instrutores da academia. Como se só existisse um “corpo de praia”, o magro.

Já conversei com algumas amigas brasileiras na Itália sobre esse desconforto — porque é também, pelo corpo que você é reconhecida como estrangeira. E acreditem, em alguns casos, queremos evitar certos olhares quando dizemos que somos brasileiras.

Verão e o culto do corpo magro

Grosso modo, as italianas são muito magras, e não só porque praticam atividades físicas. No país da pasta, um dos maiores vilões do corpo italiano é o carboidrato. Ninguém quer ter quadril largo, pior ainda se for devido ao macarrão e pão.

Não por acaso, o número de vítimas de distúrbios alimentares no país é algo em torno de 3 milhões de pessoas (nota: a população total no país é de cerca 61 milhões). Estima-se que mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo possua algum tipo de distúrbio.

Com a pressão pelo corpo magro corpo no verão da Itália
Com a pressão pelo corpo magro, encontrar numeração alta é uma dificuldade e uma das diferenças nos biquínis na Itália.

Isso não quer dizer que não haja um culto ao corpo no Brasil também. Afinal, nosso país é um dos que mais promovem tratamentos estéticos, cirúrgicos, de transformação das formas, traços e características.

O que reparo é que existe uma discussão, até mesmo na mídia, sobre aceitação do próprio corpo. Coisa que aqui na Itália também ocorre, mas de forma mais isolada e ligada a alguns contextos específicos.

Além das diferenças nos biquínis na Itália, há diferenças no verão

Estive no Brasil no começo desse ano e costumo brincar que eu não estava preparada para visitar o Brasil. Dei um pulinho também no Rio de Janeiro, praia, sol, biscoito globo e chá-mate gelado. Aquele clima descontraído e de festa que só nós brasileiros conhecemos nos deixa com vontade de ficar.

Na Itália, apesar do encanto dos litorais paradisíacos e do ritmo lento, sinto falta daquela energia vibrante e do calor humano brasileiro.

Como aproveitar o verão italiano, então?

Conviver com o culto ao corpo magro na Itália me fez refletir sobre minha relação com meu corpo. Apesar de no Brasil também haver uma pressão estética, sinto que lá há mais diversidade e aceitação das diferentes formas de corpo. Ao morar na Itália, a obsessão pela magreza pode ser sufocante, mas também me fez valorizar ainda mais minha identidade e minha singularidade.

Lembrando que cada corpo é um corpo, com curvas, cores, formas diferentes, assimétricas, únicas. É difícil não se incomodar com uma inteira sociedade que faz pressão para que você seja diferente.

A cada verão na Itália, percebo que a adaptação cultural é um processo contínuo de aprendizado e autodescoberta. Abraçar essa dualidade me tornou mais consciente das minhas raízes!

O verão é uma época de celebração e liberdade. E, apesar das diferenças nos biquínis na Itália, das diferenças culturais e das pressões estéticas, o mais importante é ser fiel a si mesma. Afinal, cada corpo conta uma história única e bela.

Vamos celebrar nossas diferenças e aproveitar o verão com confiança e alegria!