Os funcionários da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), a agência que nasceu a partir da extinção do SEF e que trata, entre outras coisas, dos processos dos imigrantes, anunciaram que farão greve parcial a partir de 22 de agosto.

Greve na AIMA é anunciada e deve prorrogar até o fim do ano.
Índice Horas extras e quadro de funcionários reduzido motivam a greve Falta de comunicação e sobrecarga de trabalho Pauta de reivindicações enviada ao governo Associações de imigrantes entendem a greve, mas estão preocupadas Problema se arrastam desde a criação da AIMA

Horas extras e quadro de funcionários reduzido motivam a greve

A greve na AIMA foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) e deverá prolongar-se até ao final do ano.

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A paralisação, embora esteja relacionada apenas às horas extraordinárias, não representa pouca coisa e pode ter grande impacto no ritmo já lento da tramitação dos processos, na verdade: a falta de pessoal obriga os funcionários a fazer muitas horas extras e trabalhar aos finais de semana.

Em entrevista para a agência Lusa, dirigentes da federação afirmaram que a decisão foi tomada em função dos problemas relacionados com a falta de equipe na agência.

“Há uma falta de pessoal muito grande e os trabalhadores estão a ser pressionados para fazerem horas extraordinárias. E um funcionário público não pode recusar fazer trabalho extra”.

Com a decisão da entidade que representa os trabalhadores, cada um poderá decidir, a partir de agora, se aceita ou não fazer as horas extraordinárias.

Falta de comunicação e sobrecarga de trabalho

No seu pré-aviso de greve, a FNSTFPS apontou uma série de outras razões para justificar a greve na AIMA. Segundo a entidade, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo peca pela falta de um regulamento interno, pelas falhas de comunicação interna e pelas equipes subdimensionadas.

Essa conjunção de fatores acaba gerando uma grande sobrecarga de trabalho, mais stress e ansiedade. Vale lembrar que há pelos menos 400 mil processos atrasados, tendo um grande impacto na vida dos imigrantes, especialmente os brasileiros em Portugal, a maior fatia maior dos estrangeiros que estão com documentos a serem regularizados pela AIMA.

“O importante e urgente é que o governo assuma as suas responsabilidades e que devem ser tomadas todas as medidas, com caráter de urgência, pondo fim ao atropelo aos direitos dos trabalhadores e dos cidadãos”, aponta o documento da federação.

Pauta de reivindicações enviada ao governo

Diante da avaliação da situação atual dos funcionários da AIMA e de todos os problemas identificados, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais entregou formalmente ao governo uma pauta de reivindicações.

Em princípio, estão diretamente relacionadas à decisão de avançar (ou não) com a greve na AIMA a partir do dia 22 de agosto:

  • A regularização dos pagamentos do trabalho extraordinário e das progressões;
  • A dotação do mapa de pessoal com o número de postos de trabalho em todas as carreiras e categorias para dar cumprimento à prossecução dos seus objetivos;
  • O cumprimento do horário de trabalho e dos seus limites legais.

Segundo a federação, os trabalhadores já ultrapassaram as 150 horas de trabalho extra em 2024, o limite legal para a função pública, e seguem trabalhando sem receber pelo tempo excedente.

Associações de imigrantes entendem a greve, mas estão preocupadas

A Associação Olho Vivo, ONG que tem forte atuação nos temas ligados à imigração e direitos humanos, foi uma das entidades que se manifestou sobre o anúncio de greve. A direção da entidade disse entender o problema dos funcionários da agência, mas não deixou de apontar os prováveis problemas para quem depende do trabalho da AIMA.

Anúncio de greve na AIMA Portugal deixa imigrantes preocupados.
Anúncio de greve na AIMA prejudica ainda mais os imigrantes que aguardam pela regularização de seus processos.

“São poucos para o trabalho que têm, mas isto vai prejudicar ainda mais a vida dos imigrantes”, disse uma dirigente da organização para a imprensa portuguesa.

“A questão mais importante deveria ser reforçar a AIMA para resolver os problemas do dia a dia. Há pouca gente e nós compreendemos, mas quem sofre são os imigrantes que estão numa situação ainda mais complicada”, completou.

Um dirigente da Comunidade Bangladesh do Porto segue a mesma linha, mas também lembra que, no final, quem será prejudicado são os imigrantes. “Nós é que vamos sofrer e o governo não quer saber porque não somos portugueses. Os funcionários da agência estão trabalhando aos sábados, domingos e fazendo muita horas extras, mas ainda há muita gente à espera de ser atendido”, lamentou.

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Problema se arrastam desde a criação da AIMA

Em abril deste ano, a imprensa já trazia um panorama da situação de dificuldade enfrentada pela agência desde a sua criação, em outubro do ano passado.

A ideia é que, ao passar todas as tarefas administrativas para a nova agência (a AIMA), o sistema ficaria mais ágil e os processos andariam mais rápido. Porém, a primeira dificuldade foi com a “herança” recebida do SEF: a AIMA entrou em operação já herdando mais de 300 mil processos acumulados ao longo dos últimos anos.

O documento de pesquisadores da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE), considera que o fim do SEF acentuou os problemas em Portugal, especialmente as questões burocráticas, os atrasos nos processos de regularização e as falhas nos sistemas de suporte.

Mais recentemente, o governo recebeu um prazo de 90 dias para a agência resolver todos os processos pendentes e que acabaram sendo levados para a justiça, o que acabou criando mais uma situação de desgaste.

A mensagem da Justiça é clara: a AIMA tem 90 dias para decidir autorizações de residência e os imigrantes passam a contar com um recurso legal importante, a “Intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias”.

Isso quer dizer que quem está esperando pode acionar a agência na Justiça se não receber uma resposta no tempo que o tribunal determinou.