Portugal cai 5 posições na lista dos melhores países para expatriados - veja o ranking

Portugal ocupa a posição geral número 15, numa lista que classifica os 53 melhores países para os expatriados. Em relação ao ano anterior, Portugal perdeu 5 posições (10º lugar em 2023). Mas o país continua a ser considerado uma boa opção e recebeu destaque em vários itens avaliados.

O resultado está no tradicional ranking Expat Insider 2024, que acaba de ser divulgado.

Qualidade de vida é o critério com melhor pontuação para Portugal

O ranking global Expat Insider, considera diversos aspectos da vida em determinado país, como Facilidade de Adaptação, Qualidade de Vida, Segurança e Proteção e outros. A melhor pontuação para Portugal ficou no quesito qualidade de Vida, posicionando o país na sétima posição neste item.

Um pouco abaixo, mas ainda acima ou igual ao resultado médio final do país, Portugal ficou em 13º no quesito Finanças Pessoais e em 15º em Facilidade de Adaptação.

Por outro lado, o país ficou entre os últimos na listagem em Trabalho no Exterior (43º lugar), que avalia, por exemplo, perspectivas de carreira e salários; e Itens Essenciais, categoria na qual entram tópicos como ambiente digital, moradia, idioma, etc. — com a posição 37º entre os 53 avaliados.

Estrangeiros estão satisfeitos com o custo de vida em Portugal

O índice geral de Qualidade de Vida, a melhor pontuação no ranking geral de Portugal, traz as avaliações de aspectos como:

• Segurança (9º lugar entre os 53 países);
• Ambiente e Clima (5º lugar);
• Qualidade do Ar (7º lugar);
• Liberdade de Expressão (6º lugar).

Cerca de 90% dos estrangeiros ouvidos pela pesquisa elogiaram a facilidade de viajar pelo país e a segurança para se locomover a pé ou de bicicleta. Ainda como avaliação positiva, os expatriados se mostraram satisfeitos com o Custo de vida geral em Portugal, que aparece no 13º lugar entre os 53 países pesquisados.

No sentido contrário, o item Saúde ocupa a 20ª posição entre os 53 países. Neste quesito, a Acessibilidade (18º lugar) e a Qualidade (23º) ficaram abaixo da média geral do país.

Mercado de trabalho, a pior avaliação de Portugal

Salários, perspectivas de carreira, segurança. Ao olhar para estas e outras variáveis associadas ao mercado de trabalho em Portugal, a percepção dos estrangeiros não é nada positiva.

Na média do quesito Mercado de Trabalho e Segurança nos Empregos, o país aparece na 43ª posição. A classificação é ainda mais baixa quando se olha isoladamente alguns dos pontos que formam a percepção sobre o mercado de trabalho: Perspectivas de Carreira aparece na 50ª posição e Salário e Segurança no Emprego surge na posição 44ª.

Além disso, 40% dos entrevistados estão insatisfeitos com as suas oportunidades de carreira e 31% classificam o estado da economia de Portugal como ruim, índices superiores às médias globais de 25% e 19%, respectivamente.

Pelo lado positivo, Trabalho e Lazer, que mede a satisfação com o equilíbrio entre trabalho e as atividades de lazer, está em 23º lugar.

Burocracia dificulta a vida dos expatriados

Uma importante categoria considerada no ranking final é a chamada “Expat Essentials”, que analisa uma série de quesitos ligados ao cotidiano, como os serviços administrativos disponíveis para o cidadão, o acesso à internet móvel de boa qualidade, a burocracia para conseguir documentos e por aí vai.

E Portugal aparece longe dos melhores países, ocupando a 37ª posição, uma situação que vem se degradando ao longo dos dois últimos anos: era 19º em 2022 e caiu para 31º lugar em 2023.

Quase 60% (contra 42% da média global) dos entrevistados disseram ter dificuldade em lidar com a burocracia local. Muitos (38%) também reclamam da pouca disponibilidade de serviços administrativos online, apesar de poucos (13%) relatarem problemas com internet de alta velocidade em casa.

Por outro lado, 65% dos expatriados acham fácil viver em Portugal sem aprender a língua local, o que coloca Portugal no 18º nesta categoria. Em outras palavras, as pessoas se sentem confortáveis em levar a vida apenas falando inglês, por exemplo. Isso ajuda a explicar a razão pela qual poucos expatriados (28% dos entrevistados) acham que é fácil aprender português.

Apesar das dificuldades, Portugal ainda é um país acolhedor

A 15ª posição entre todos os países pesquisados não surge à toa no quesito Facilidade de Adaptação.

Portugal é bem avaliado em praticamente todos os itens que compõem este tópico, apesar de ter deixado a 7ª posição geral que tinha em 2022. O país aparece bem posicionado em Cultura e Acolhimento (11º), Simpatia Local (15º) e Encontrando Amigos (19º).

Cerca de 73% dos expatriados entrevistados avaliam positivamente a simpatia geral dos habitantes locais e a simpatia em relação aos residentes estrangeiros (74%).

Porém, apesar de se sentirem bem recebidos, apenas 49% dos estrangeiros disseram ser fácil fazer amigos em Portugal.

Perfil do expatriado em Portugal

O levantamento Expat Insider 2024 também traz um perfil geral dos expatriados que moram em Portugal. É um público levemente mais masculino (51%) e na faixa etária em torno de 54 anos.

Quase um quarto deles (23%) veio para Portugal em busca de mais qualidade de vida. A seguir está o grupo de pessoas que optaram por viver a aposentadoria em Portugal (17%) ou que simplesmente gostariam de ter uma vida no exterior (9%).

Quase metade (45%) dos entrevistados declaram a vontade de viver para sempre em Portugal. Alguns (23%) dizem que ficam pelo menos por 5 anos e uma fatia menor (10%) não sabe ao certo quanto tempo irá viver em Portugal.

Em matéria de profissão, a maioria dos expatriados trabalha nas áreas relacionadas à Tecnologia da Informação (12%), em Marketing e Comunicação (8%) ou na área da educação (7%).

Os melhores e os piores países para os expatriados

O ranking com os 53 países pesquisados traz uma lista com as melhores (e as piores) alternativas para quem vai deixar o país de origem.

Panamá, o primeiro país no ranking global, já ocupava uma posição de destaque em 2023 (3º lugar). Em 2024, porém, cerca de 82% dos entrevistados afirmaram que estão felizes com a vida naquele país, o que, certamente, fez com o Panamá subisse ainda mais na avaliação geral.

Itens como o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, horário geral de trabalho, sistema de transporte público acessível, boas opções de lazer e facilidade para fazer amigos locais confirmam a boa colocação do Panamá.

No extremo oposto, o Kuwait ocupa a 53ª e última posição do ranking pela sétima vez consecutiva. Itens como clima, ambiente natural, cuidados de saúde, dificuldade em obter um visto, burocracia, satisfação e flexibilidade no trabalho ajudam a explicar o resultado negativo do Kuwait.

Melhores países europeus

Na Europa, os mais bem colocados foram Espanha (4º), Portugal (15º), Bélgica (18º), Luxemburgo (20º) e Áustria (24º).

Na sequência do ranking ainda aparecem, nesta ordem: Dinamarca, Holanda, Grécia, Polônia, Suíça, Chipre, França, República Tcheca, Suécia, Hungria, Reino Unido, Irlanda, Malta, Itália, Noruega, Alemanha Finlândia.

Brasil entre os top 10

Em poucas palavras, o relatório aponta os pontos altos e baixos dos expatriados no Brasil: “os expatriados enfrentam poucos desafios ao se estabelecerem no Brasil, mas devem manter o controle sobre suas carteiras — a segurança pessoal ainda coloca o país entre os 10 últimos neste quesito”.

Apesar da fragilidade em termos de segurança, o Brasil alcançou uma classificação geral que colocou o país na sétima posição do ranking. As melhores pontuações foram Facilidade de Instalação (5º), Amizade Local (3º), Opções de Lazer (6º), equilíbrio entre Trabalho e Lazer (10º).

Por outro lado, os expatriados que escolheram o Brasil para viver e trabalhar deram notas não positivas para alguns itens, o que acabou por posicionar o país em posições mais para o final do ranking. Foi o caso de Viagens e Trânsito (43º) e Segurança e Proteção (48º).