Turismo sustentável, atividades culturais únicas e roteiros de viagem personalizados. Esse é o tripé do Projeto Italea, uma iniciativa do Governo italiano após declarar 2024 como o Ano das Raízes Italianas no Mundo.

Promoção do turismo no interior

A proposta do Projeto Italea visa promover o turismo “lento” e sustentável pelos vilarejos e cidades pequenas italianas, tendo como público-alvo estrangeiros interessados em (re)descobrir suas origens na região dos antepassados italianos.

Segundo Daniela Santanché, Ministra do Turismo da Itália:

“[…] o turismo das raízes representa uma grande oportunidade para destacar lugares que ainda são pouco conhecidos, longe do mainstream – como pequenos vilarejos e áreas rurais – e fortalecer as relações com as comunidades italianas no exterior, que constituem uma importante base de referência para o projeto”.

O turismo é um setor econômico muito importante para o país. Para se ter uma ideia, 2023 foi o ano recorde com mais de 451 milhões de turistas, um aumento de mais de trinta e nove milhões (+9,5%) em comparação com 2022. Os dados são da Confederação Geral Italiana de Empresas, Atividades Profissionais e Trabalho Autônomo (ConfCommercio).

Conhecer a Itália dos antepassados

O Italea oferece uma série de opções de turismo para quem deseja mergulhar nos encantos dos territórios e das tradições da nonna ou do bisnonno italianos.

Através de experiências, que envolvem Atividades e Eventos, e Roteiros, será possível conhecer a terra de próprios antepassados, aprendendo e vivenciando momentos únicos.

Variedade de eventos e roteiros

Para o ano corrente, o Projeto Italea organizou inúmeras atividades nas vinte regiões italianas, que vão desde roteiros ligados aos Museus da Imigração espalhados pelo país, aulas de culinária, visitas a vinícolas, residências artísticas, até participação em procissões medievais, degustação de produtos típicos e oficinas de artesanato.

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Italea regional

A Italea Puglia, por exemplo, organizou aulas de culinária para aprender a preparar o famoso pasticciotto leccese (doce típico de Lecce), eventos com a famosa dança da pizzica e roteiros de três dias por Bari, Polignano a Mare, Trani e o Vale d’Itria, onde se encontram os pitorescos trulli.

Até mesmo a Toscana, uma das regiões mais turísticas e famosas do mundo, organizou eventos para levar os viajantes a imergir no território, dando ênfase às cidades pequenas de onde partiram muitos imigrantes. São previstas trilhas pelo Casentino (vale no leste da região) e até mesmo pela Garfagnana (na província de Lucca), símbolos do turismo sustentável.

Ou ainda, um mergulho pela Calábria, terra de origem de tantos brasileiros e ítalo-brasileiros, durante um festival gastronômico cujo protagonista é a ‘nduja (iguaria típica de Spilinga, mas famosa em todo o país).

Turista participando do Projeto Italea
O Projeto Italea visa incentivar o aumento do turismo em regiões menos visitadas do país.

Há também um passeio pela Sila, montanha da região onde é possível até esquiar, e de onde vêm as famosas batatas da Sila, e claro, pelas praias encantadoras da Costa degli aranci.

Isso sem mencionar as visitas guiadas pelas fazendas que produzem azeite extravirgem de oliva na Úmbria, que combinam degustação de vinho Sagrantino de Montefalco DOCG e tartufo (trufa), produtos que moldam a identidade da região, e eventos como o Umbria Jazz.

No Vêneto, é possível visitar e conhecer o processo de produção da grappa, destilado do bagaço da uva, em meio a paisagens das colinas na região.

As iniciativas não param por aí

São vários os programas pensados para quem pretende visitar o país da bota durante o período invernal. Por exemplo, Italea Basiliacata organizou um tour nas montanhas, em meio a neve e pastores locais.

Em Salerno, Italea Campagnia leva os turistas pelo Museu dos sobrenomes, e por aulas de culinária da pizza napolitana.

Aulas de italiano e dialetos

Outro eixo da iniciativa Italea é dedicado ao aprendizado da língua italiana e dos dialetos locais, a língua que nossos antepassados falavam, e são faladas até hoje nesses territórios marcados por um grande fluxo migratório. Italea Sardegna preparou um laboratório linguístico exclusivamente em língua sarda, por exemplo.

Já Italea Molise organiza uma oficina em dialeto molisano para exploradores do passado. Aulas de napolitano também estão disponíveis pelo Italea Campania.

Se o turista for também aspirante a escritor, Italea Valle d’Aosta organiza oficinas de escrita criativa para contar as histórias dos próprios antepassados.

Descubra sua árvore genealógica

Além das atividades ligadas ao turismo, o Italea oferece também serviços de reconstrução da árvore genealógica da própria família, muito útil para quem está interessado em entender melhor suas próprias origens ou àqueles que pretendem entrar com o processo de reconhecimento da cidadania italiana.

Os genealogistas são especializados em histórias de imigração, ajudando assim o turista das raízes a reaver os dados dos parentes de quem tanto ouviu falar, por meio de relatos orais em família ou fotografias.

Benefícios com o Italea Card

O Italea Card é um cartão-fidelidade do projeto Italea que oferece vantagens, descontos e outros benefícios para quem deseja embarcar na viagem das próprias raízes.

Segundo o Consulado Italiano de São Paulo, a ideia do Italea Card é criar uma ponte entre os viajantes das raízes e as empresas que aderiram à iniciativa, como hotéis, restaurantes, adegas, locadoras de automóveis, entre outras.

Acessando o Italea Card no celular
O Italea Card dá ao turista o acesso a vários benefícios do projeto.

Para se cadastrar, é simples: basta acessar o site – já em português! – e preencher o formulário. Mais informações sobre os parceiros e benefícios do Italea Card podem ser obtidas no site oficial do projeto ou no site Italea de cada região.

Parceria multissetorial

A iniciativa, promovida pelo Ministério do Turismo da Itália em parceria com a ENIT – Agência Nacional do Turismo e o Ministério das Relações Exteriores da Itália, visa levar as pessoas a descobrirem os vilarejos com fuga de habitantes. É uma forma de repovoar cidades que possuem grande tradição cultural, mas que, por motivos sociais ou econômicos, foram perdendo a centralidade na região.

De fato, um relatório do Ministério do Turismo relatou que a revitalização desses vilarejos pode trazer um aumento significativo na economia local e na preservação do patrimônio cultural.

O nome deste projeto vem de “talea” (corte), prática pela qual, ao cortar parte de uma planta e replantando-a em outro solo, ela pode criar novas raízes. Exatamente o que acontece com as histórias de migrações.