O Reino Unido tem enfrentado uma onda de protestos desencadeados por um crime em Southport que resultou na morte de três crianças no fim de julho. Os protestos na Inglaterra, organizados por grupos de direita radical, ocorreram em várias cidades, incluindo Londres e Liverpool.

Protestos na Inglaterra em agosto
Índice Protestos se espalharam por todo o Reino Unido O que motivou os protestos? MRE recomenda cuidado aos brasileiros Governo age para controlar a situação Desinformação piora os protestos na Inglaterra

A situação foi intensificada pela desinformação disseminada nas redes sociais, que aumentou as tensões, incitou a violência e gerou temor entre os imigrantes no país. Confira os detalhes sobre os protestos na Inglaterra e as medidas do governo para controlar a situação e restaurar a ordem.

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Protestos se espalharam por todo o Reino Unido

Desde o início de agosto de 2024, o Reino Unido tem sido palco de uma série de protestos organizados por grupos de direita radical. Manifestações violentas foram registradas em várias cidades, incluindo Londres, Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Stoke-on-Trent, Blackpool e Belfast.

Os distúrbios têm sido marcados por ataques a policiais e vandalismo generalizado. Em vários locais, manifestantes lançaram pedras e realizaram saques a lojas, agravando a situação.

A secretária do Interior, Yvette Cooper, condenou os eventos, descrevendo-os como “cenas vergonhosas de violência e vandalismo” e prometendo uma “justiça rápida” para os responsáveis.

O primeiro protesto foi em Londres

O primeiro protesto ocorreu em Londres, onde milhares de manifestantes se concentraram nas proximidades do escritório do premiê Keir Starmer, no centro da capital. O confronto com a polícia resultou na prisão de mais de 100 pessoas.

Desde então, tumultos se espalharam por mais de 20 cidades em toda a Grã-Bretanha. Os conflitos atingiram diversas regiões, desde Sunderland no nordeste da Inglaterra até Plymouth no sudoeste, passando por Manchester no noroeste e Belfast na Irlanda do Norte.

O foco tem sido imigrantes e mulçumanos

Durante os protestos, centenas de pessoas atacaram violentamente migrantes e muçulmanos. As manifestações incluíram ataques a mesquitas e confrontos com a polícia, que levaram ao incêndio de viaturas e ferimentos de agentes.

Veja abaixo um mapa dos locais de protestos no dia 07 de agosto:

Pelas marcações no mapa, observa-se que as manifestações estão espalhadas pela Inglaterra, com a maior concentração na região de Londres e arredores.

Além disso, houve casos de vandalismo e saques em lojas, incluindo estabelecimentos de propriedade asiática. Em Rotherham, no norte da Inglaterra, um hotel que abrigava imigrantes teve seu coletor de lixo incendiado e janelas quebradas.

Enquanto isso, em Liverpool, cerca de mil manifestantes anti-imigração e islamofóbicos entraram em confronto com um grupo de contra-manifestantes, dificultando o controle da situação pela polícia.

Desde o início dos distúrbios, aproximadamente 1000 pessoas foram presas e mais de 570 foram acusadas formalmente de envolvimento nos tumultos, conforme informações das autoridades policiais.

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O que motivou os protestos? 

Os protestos que tomaram conta da Inglaterra foram motivados por um crime trágico ocorrido em Southport, no norte do país, em 29 de julho. Durante um evento de dança infantil, três meninas, com idades entre seis e nove anos, foram esfaqueadas e mortas por um adolescente de 17 anos. O ataque também deixou outras oito crianças e adultos feridos.

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Após o incidente, começaram a circular nas redes sociais informações falsas alegando que o agressor era um homem chamado Ali Al-Shakati, um muçulmano requerente de asilo que chegou de barco ao Reino Unido.

Influenciadores, como Stephen Yaxley-Lennon, conhecido como Tommy Robinson, contribuíram para a disseminação dessas informações falsas e incitaram a violência.

Verdadeiro agressor é identificado

No entanto, as autoridades esclareceram que o verdadeiro responsável pelo ataque foi Axel Rudakubana, de 17 anos, que nasceu em Cardiff e é filho de pais de ascendência ruandesa. A polícia confirmou que o crime não será classificado como terrorismo.

Rudakubana foi preso e permanecerá em custódia até sua próxima audiência, marcada para outubro de 2024. Ele enfrenta acusações de três homicídios, dez tentativas de homicídio e posse de arma branca.

Apesar da prisão de Rudakubana, a tensão não diminuiu no país. No dia 30 de julho, centenas de manifestantes participaram de uma vigília em homenagem às vítimas em Southport.

Polícia tenta conter manifestação em Southport
A polícia de choque foi acionada para controlar os protestos em Southport. Créditos: Getty Images

Na mesma noite, o grupo se reuniu em frente a uma mesquita na cidade, onde cânticos islamofóbicos e anti-imigração foram entoados, além de manifestações de apoio a Tommy Robinson, fundador da Liga de Defesa Inglesa (EDL). Objetos foram lançados contra a mesquita e a polícia de choque, e uma van policial foi incendiada.

Desde então, os tumultos se espalharam por grandes cidades do país, incluindo Londres, Liverpool e Bristol, aumentando a preocupação com a segurança e a ordem pública.

Quem está por trás dos protestos na Inglaterra?

Os protestos na Inglaterra têm sido impulsionados por grupos anti-imigração e anti-muçulmanos, com destaque para Stephen Yaxley-Lennon, conhecido como Tommy Robinson. Ele é frequentemente citado por veículos de mídia e políticos como um dos principais responsáveis pela disseminação de desinformação e pela mobilização de protestos online.

De acordo com informações da polícia britânica, muitos dos participantes dos protestos eram agitadores de extrema-direita que se deslocaram para as cidades onde ocorreram os eventos. Além desses indivíduos, houve também a presença de alguns residentes com queixas específicas e jovens em busca de conflitos.

O governo britânico atribui parte da responsabilidade à atuação ineficaz das empresas de redes sociais na contenção da propagação de informações falsas. O Institute of Strategic Dialogue aponta que os algoritmos dessas plataformas contribuíram significativamente para a amplificação dessas mensagens enganosas.

Em resposta aos protestos, contra-manifestantes, grupos antifascistas e comunidades asiáticas organizaram mobilizações em áreas afetadas ou onde se esperava a ocorrência de novos protestos.

Razões dos protestos são contestadas por grupos de direitos humanos

Muitos manifestantes, que se identificam como patriotas, argumentam que a imigração, tanto legal quanto ilegal, está enfraquecendo a sociedade britânica.

Ativistas de extrema-direita afirmam que a imigração está associada ao aumento da violência e dos crimes, incluindo agressões a mulheres e meninas, e alegam que os migrantes estão sendo favorecidos pelo governo. Essas alegações, no entanto, são contestadas por grupos de direitos humanos.

Mulher em um protesto anti-racismo na Inglaterra.
Manifestações anti-racismo e anti-facismo estão sendo convocadas no Reino Unido. Créditos: Rob Picheta/CNN

Movimentos antirracistas e anti-xenofobia apontam que atos como saques em lojas e ataques a policiais e mesquitas revelam as verdadeiras motivações por trás da violência nos protestos. Eles argumentam que o patriotismo está sendo usado como uma fachada para ideologias extremistas.

Uma pesquisa conduzida pelo YouGov indica que três quartos dos entrevistados acreditam que os manifestantes não refletem a opinião geral dos britânicos, com apenas 7% apoiando a violência associada aos protestos.

O que são os protestos “Stop the far-right”?

O movimento “Stop the Far-Right” tem como objetivo enfrentar as ações de grupos de extrema-direita que promovem o racismo, o ódio e a intolerância. Em resposta aos recentes eventos violentos, ativistas do Stand Up to Racism têm organizado protestos contra a extrema-direita.

No dia 10 de agosto, foi realizado o Dia Nacional da Ação, com o evento principal ocorrendo em frente à sede do Reform UK em Westminster. Além desse evento, estão previstos protestos em 22 cidades do Reino Unido, com a possibilidade de inclusão de novos locais no programa.

MRE recomenda cuidado aos brasileiros

Diante dos protestos na Inglaterra, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) emitiu um alerta aos cidadãos brasileiros que vivem ou pretendem viajar para o Reino Unido. As principais recomendações do órgão incluem:

  • Evitar multidões e protestos;
  • Monitorar as notícias locais sobre áreas de possíveis manifestações;
  • Seguir as recomendações de segurança das autoridades.

A segurança dos imigrantes tem se tornado uma preocupação central na Inglaterra, especialmente após relatos de violência e hostilidade contra comunidades estrangeiras. A paramédica brasileira que mora na Inglaterra, Priscilla Currie, tem usado as redes sociais para atualizar sobre a situação no país.

Priscilla destaca que, apesar das preocupações iniciais, a situação está começando a se acalmar. Em suas postagens, ela menciona que o clima de medo foi mais intenso durante o anúncio dos protestos, mas acredita que a situação está perdendo força:

“Eu acho que está acalmando. Não tenho medo de andar na rua. Este recado de ficar em casa foi apenas quando foi anunciado o protesto, mas acredito que esteja perdendo força. Pelo menos eu espero.” – Priscilla

Em um de seus vídeos, Priscilla também comenta sobre um protesto formado por milhares de britânicos que se manifestaram a favor da imigração e da diversidade, posicionando-se contra as manifestações violentas.

Ela elogia o trabalho da polícia, que conseguiu controlar a marcha e evitar distúrbios. Priscilla ressalta que o monitoramento policial foi reforçado após os últimos protestos, tornando seguro andar nas ruas.

Governo age para controlar a situação

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, convocou uma reunião de emergência conhecida como “Cobra”. O encontro contou com a presença de ministros, servidores públicos, policiais e agentes de inteligência.

Como resultado da reunião, Starmer anunciou a criação de um “exército permanente” de policiais especializados para lidar com os protestos que têm ocorrido em diversas cidades do país. 

Além disso, o primeiro-ministro destacou outras medidas que serão implementadas para controlar/acalmar a situação e tranquilizar a população, incluindo:

Starmer prometeu à população que os responsáveis pelos atos violentos sentirão a força da lei e que o direito penal será aplicado também a crimes virtuais.

Desinformação piora os protestos na Inglaterra 

A disseminação de desinformação nas redes sociais é um dos maiores desafios para as autoridades britânicas em meio à onda de protestos. Uma análise conduzida pela BBC revelou que, após o ataque em Southport, influenciadores nas redes sociais incentivaram as manifestações, apesar da ausência de uma liderança centralizada.

Grupos radicais no Telegram e vídeos publicados online nas redes sociais rapidamente propagaram falsas alegações de que o suspeito do ataque era um muçulmano solicitante de asilo recente.

Entre esses vídeos, um conteúdo promovido por um influenciador associado a Stephen Yaxley-Lennon, também conhecido como Tommy Robinson, ganhou grande visibilidade, acumulando mais de 1 milhão de visualizações.

A polícia também apontou a Liga de Defesa Inglesa (EDL), um grupo anti-imigração, como uma influência significativa nos protestos. Embora a EDL não exista mais formalmente, suas ideologias continuam a ser disseminadas por Yaxley-Lennon e seus seguidores.

BBC reúne informações para explicar os primeiros momentos do protesto.

A tensão aumentou ainda mais quando ativistas da direita radical, como Matthew Hankinson, conhecido por suas conexões com grupos neonazistas, transmitiram ao vivo os protestos em Southport, exacerbando o clima de violência e hostilidade.

Até o momento, as autoridades continuam a monitorar essas atividades online enquanto trabalham para restaurar a ordem no país.

Os protestos na Inglaterra têm gerado uma grande preocupação pública, e o governo está adotando medidas para restaurar a ordem e garantir a segurança em todo o país.